CULTURA DO ESTUPRO E AS DECISÕES DO JUDICIÁRIO BRASILEIRO
Resumo
O objetivo deste trabalho foi problematizar como a construção social de Gênero. Partiu-se da afirmação de nossa sociedade tem origem e mantém uma herança patriarcal e que nesta sociedade verificação a existência de uma cultura que subordina a mulher. Desta forma, torna-se fundamental compreender, sobretudo, o fator cultural dentro do crime de estupro. Assim, foi realizada numa primeira etapa uma discussão teórica sobre a construção do gênero feminino dentro da perspectiva criminológica brasileira, isto é, quem os agentes do judiciário e a sociedade como um todo compreende como vítima em casos de estupro e, mais fundamental, como esta compreensão se extrapola para além do crime justificando atos abusivos contra a mulher, que aqui se compreendeu como cultura do estupro. Além disso, foram realizadas uma série de pesquisas e de análises sobre os entendimentos do judiciário brasileiro em relação a proteção das mulheres. Concluiu-se nesta pesquisa que a compreensão dos comportamentos abusivos como parte de uma cultura do estupro ainda não está consolidada no judiciário brasileiro, tal compreensão reflete como o direito ainda é influenciado pelas relações de poder em que está inserido, bem como quanto ainda é necessário trabalhar na conscientização com relação ao tema para a emancipação das mulheres e da sociedade como um todo.Referências
BEAVOUIR, Simone. O Segundo Sexo: Fatos e Mitos. 4. ed. São Paulo: Difusão Europeia dos Livo, 1970.
BOURDIEU, Pierre. Sur l’État. Cours au Collège de France (1989-1992). Paris: Raisons d’Agir/Seuil, 2012, p. 672.
______. Capital cultural, escuela y espacio social. Buenos Aires: Siglo Veintiuno, 2012.
______. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 1996.
BRASIL. TJ-SC - Inteiro Teor. Apelação Criminal: APR 34145020168240018 Chapecó 0003414-50.2016.8.24.0018, Data de publicação: 12/09/2017.
______. REsp 1.611.910-MT, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, por unanimidade, julgado em 11/10/2016, DJe 27/10/2016.
______. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8072.htm>.
______. Disponível em: <https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/.../lei-maria-da-penha-lei-11340-06>.
DA CUNHA, Barbara Madruga. Violência contra a mulher, direito e patriarcado: perspectivas de combate à violência de gênero. Jornada de Iniciação Científica de Direito da UFPR, 2014. Disponível em: <http://www.direito.ufpr.br/portal/wp-content/uploads/2014/12/Artigo-B%C3%A1rbara-Cunha-classificado-em-7%C2%BA-lugar.pdf> Acesso em: 09 maio 2019.
FOLHA DE SÃO PAULO. Cotidiano: 'Não dói o útero e sim a alma', diz menina vítima de estupro coletivo. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/05/1775535-nao-doi-o-utero-e-sim-a-alma-diz-menina-de-estupro-coletivo-no-rio.shtml>. Acesso em: 13 mar. 2018.
LARAIA, Roque de Barros. Cultura um Conceito Antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
MATOS, Marlise. Movimento e teoria feminista: é possível reconstruir a teoria feminista a partir do Sul global?. Rev. Sociol. Polit., Curitiba, v. 18, n. 36, p. 67-92, jun. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44782010000200006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 09 maio 2019.
MATTA, Roberto da. Você tem cultura? In: Jornal da Embratel, Rio de Janeiro, 1981. Disponível em: <http://www.furb.br/2005/arquivos/788660-650601/voce%20tem%20cultura.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2005.
SOUSA, Renata Floriano de. Cultura do estupro: prática e incitação à violência sexual contra mulheres. Rev. Estud. Fem., Florianópolis, v. 25, n. 1, p. 9-29, abr. 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2017000100009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 23 mar. 2019.
VIGARELLO, Georges; MAGALHÃES, Lucy. História do estupro: violência sexual nos séculos XVI-XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
BOURDIEU, Pierre. Sur l’État. Cours au Collège de France (1989-1992). Paris: Raisons d’Agir/Seuil, 2012, p. 672.
______. Capital cultural, escuela y espacio social. Buenos Aires: Siglo Veintiuno, 2012.
______. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 1996.
BRASIL. TJ-SC - Inteiro Teor. Apelação Criminal: APR 34145020168240018 Chapecó 0003414-50.2016.8.24.0018, Data de publicação: 12/09/2017.
______. REsp 1.611.910-MT, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, por unanimidade, julgado em 11/10/2016, DJe 27/10/2016.
______. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8072.htm>.
______. Disponível em: <https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/.../lei-maria-da-penha-lei-11340-06>.
DA CUNHA, Barbara Madruga. Violência contra a mulher, direito e patriarcado: perspectivas de combate à violência de gênero. Jornada de Iniciação Científica de Direito da UFPR, 2014. Disponível em: <http://www.direito.ufpr.br/portal/wp-content/uploads/2014/12/Artigo-B%C3%A1rbara-Cunha-classificado-em-7%C2%BA-lugar.pdf> Acesso em: 09 maio 2019.
FOLHA DE SÃO PAULO. Cotidiano: 'Não dói o útero e sim a alma', diz menina vítima de estupro coletivo. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/05/1775535-nao-doi-o-utero-e-sim-a-alma-diz-menina-de-estupro-coletivo-no-rio.shtml>. Acesso em: 13 mar. 2018.
LARAIA, Roque de Barros. Cultura um Conceito Antropológico. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.
MATOS, Marlise. Movimento e teoria feminista: é possível reconstruir a teoria feminista a partir do Sul global?. Rev. Sociol. Polit., Curitiba, v. 18, n. 36, p. 67-92, jun. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-44782010000200006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 09 maio 2019.
MATTA, Roberto da. Você tem cultura? In: Jornal da Embratel, Rio de Janeiro, 1981. Disponível em: <http://www.furb.br/2005/arquivos/788660-650601/voce%20tem%20cultura.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2005.
SOUSA, Renata Floriano de. Cultura do estupro: prática e incitação à violência sexual contra mulheres. Rev. Estud. Fem., Florianópolis, v. 25, n. 1, p. 9-29, abr. 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2017000100009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 23 mar. 2019.
VIGARELLO, Georges; MAGALHÃES, Lucy. História do estupro: violência sexual nos séculos XVI-XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.