SUBSTANCIALIZAÇÃO E DESSUBSTANCIALIZAÇÃO DA MATÉRIA NA GENÉTICA: UMA ANÁLISE DAS METÁFORAS SOBRE O CORPO UTILIZADAS POR DOIS DOCENTES-PESQUISADORES

Autores

  • Rodrigo Della Côrte Faculdade Alfredo Nasser

Resumo

Este trabalho é parte de minha dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Goiás. Tomando por objeto as práticas acadêmico-científicas de dois professores de um curso de biologia em uma Instituição Federal de Educação Superior (IFES), proponho uma análise da visão de mundo sobre o corpo constituída no campo da genética. A genética se destaca como a disciplina científica que tem permitido ao homem o conhecimento e domínio de sua materialidade biológica através de uma série de técnicas e teorias que postulam novas formas de se pensar o corpo e as relações sociais. Tais técnicas e teorias, por sua vez, têm alterado determinados códigos, condutas e comportamentos sócio-culturais. Este trabalho busca analisar as metáforas utilizadas por dois docentes-pesquisadores de genética nos vários momentos de sua prática acadêmico-científica (prática teórica e de laboratório e pesquisa laboratorial). Tais metáforas são explicadas com base na noção de sistema simbólico utilizada por Douglas em Símbolos Naturales: exploraciones em cosmologia (1978). O trabalho etnográfico e as entrevistas2 permitiram identificar: noções polares sobre o corpo (no caso da genética clássica), e metáforas mecanicistas (no caso da biologia molecular). Destaco ainda que a visão de mundo sobre o corpo vinculada à genética clássica é dessubstancializadora e relacional, enquanto que a biologia ou genética molecular apresenta uma visão substancializadora da matéria, através de práticas que visam “fazer aparecer” o gene.

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Publicado

2015-08-29

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Seção

Artigos