PSEUDODEMOCRATIZAÇÃO: A PRESENÇA DA MULHER DISCENTE NO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO
Resumo
Resumo: O presente texto realiza uma análise sobre a participação da mulher discente no ensino superior brasileiro na década de 1970. Destaca aspectos importantes da instrução no Brasil, ressaltando o patriarcado e a educação jesuítica como influenciadores de uma concepção educacional que negava às mulheres o acesso de forma igualitária aos bens culturais produzidos no período colonial. Ressalta também que, a partir de mudanças econômicas, novas exigências foram postas e, nesse contexto, a mulher se inseriu no ensino superior, porém de forma ainda marcada por uma perspectiva conservadora, realidade que não se alterou no período republicano apesar das várias reformas educacionais. Assim, destaca que a ampliação do número de mulheres no ensino superior, ainda que de fundamental importância, não representou a democratização do acesso, visto que os cursos por elas “escolhidos”, de forma velada eram marcados por uma representação social patriarcal e, por conta disso, manteve-se o prestígio diferenciado também no campo acadêmico.
Palavras-chave: Patriarcado. Educação Superior. Mulheres. Desigualdade.
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