BANALIDADE DO MAL NA MODERNIDADE: CORPOS E MENTES DÓCEIS ADAPTADOS À BUROCRACIA MODERNA
Resumo
Resumo: O estudo realizado parte da tese levantada por Hannah Arendt de que a banalização do mal, especialmente no contexto do Holocausto, representa um dos maiores problemas ocasionados pela racionalização e burocratização da vida como um dos traços mais evidentes dos tempos modernos. A busca da eficácia, a aplicação da técnica, a obediência a regras no intuito de alcançar um determinado objetivo e a promoção de uma sociedade organizada racionalmente de forma semelhante à dinâmica da linha de produção das fábricas no contexto da Revolução Industrial são as marcas da existência moderna excessivamente mergulhada na eficácia e na obtenção de resultados a qualquer preço em detrimento da preocupação com os juízos morais que possam vir a ser feitos em relação às ações praticadas. Na modernidade a eficácia está acima de qualquer julgamento moral. Representa na verdade uma nova “moral” a do sucesso, da ação bem sucedida, da obediência às normas que permitem trilhar o caminho que conduz ao maior objetivo do homem moderno: o surgimento e manutenção de uma sociedade regida pela razão, pela civilidade e pelos princípios da ciência como afirma Bauman na obra: Modernidade e Holocausto.
Palavras-chave: Modernidade. Holocausto. Hannah Arendt. Bauman. Nietzsche.
Referências
ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
______. Eichmann em Jerusalém. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
BAUMAN, Zygmunt. Medo Líquido. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
______. Modernidade e Holocausto. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
______. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
BOURDIEU, P. Poder Simbólico. São Paulo: Loyola, 2008.
ELIAS, Norbert. A sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Zahar, 1994.
HOBBES, Thomas. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
KANT, I. Crítica da Razão Prática. Lisboa: Edições 70, 1999.
______. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Lisboa: Edições 70, 1997.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2009.
NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
______. A Gaia Ciência. 2. ed. São Paulo: Martin Claret, 2008.
PLATÃO. A República. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1996.