É POSSÍVEL UMA ANÁLISE COMPORTAMENTAL DA MÚSICA?

Autores

  • Gleiton Nunes de Azevedo UNIFAN
  • Erick Rôso Huber

Resumo

RESUMO: Música é um tipo de expressão artística presente diariamente na vida humana, seja através dos cantos dos pássaros ou na música transmitida via rádio. Deriva de comportamentos que são selecionados pelas suas consequências, resultando de específicas interações e relações. Este trabalho propõe discutir o fenômeno musical enquanto relações entre estímulos e respostas, num viés analítico-comportamental. Para isso, tentou-se indicar possibilidades de análise entre o fazer música ou o ouvir música e os princípios básicos amplamente divulgados na Análise do Comportamento (AC). Aprendizagem reflexa, operante, controle de estímulos, comportamento verbal e práticas culturais são áreas de estudo em AC que podem contribuir para a explicação de comportamentos relacionados à música. Não se tem a pretensão de esgotar as possibilidades de relações neste fenômeno, mas acreditamos que foi possível elucidar alguns processos relevantes para explicar a música nessa ciência e inspirar trabalhos futuros na área.

Palavras-chave: Música. Análise do comportamento Aprendizagem. Controle de estímulos. Cultura.

Biografia do Autor

  • Gleiton Nunes de Azevedo, UNIFAN
    Psicólogo (PUC-GO); Mestre e Doutor em Ciências do Comportamento pela UnB; Atua como professor e pesquisador efetivo na UNIFAN. Experiência em aprendizagem por controle de estímulos; macrocontingências, comportamento de escolha, comportamento do consumidor, economia comportamental, música e práticas culturais.
  • Erick Rôso Huber
    Psicólogo (PUC-GO); Mestre em Ciências do Comportamento pela UnB. Atua como psicólogo clínico, professor universitário, pesquisador e palestrante. Experiência em processos psicológicos básicos aplicados aos contextos escolar e clínico, sob ótica analítico comportamental; aprendizagem comportamental, controle de estímulos (equivalência de estímulos), parentalidade, resiliência, bullying/violência escolar, habilidades sociais e orientação vocacional/profissional.

Referências

ACÍN, E. E., et al. Formación de clases de equivalencia aplicadas al aprendizaje de las notas musicales. Psicothema, v. 18, n. 1, p. 31-36, 2006.
ALBUQUERQUE, A. R.; MELO, R. M. Equivalência de estímulos: conceito, implicações e possibilidade de aplicação. In: ABREU-RODRIGUES, J.; ; RIBEIRO, M. R. (Org.), Análise do comportamento: pesquisa, teoria e aplicação. Porto Alegre: Artmed, p. 99-112, 2005. ANDERY, M. A. Comportamento e cultura na perspectiva da análise do comportamento. Perspectivas em análise do comportamento, São Paulo, vol 2, n 2, 203-217, 2011.
AZEVEDO, G. N. de. Macrocontingência e economia comportamental nas relações de emprego e renda de pedreiros da Região Metropolitana de Goiânia. 123f. Teses (Doutorado em Ciências do Comportamento) -Universidade de Brasília, Brasília, 2019.
AZEVEDO, G. N. de; COELHO, C.; TODOROV, J. C. Contingências, metacontingências e macrocontingências na economia comportamental. In: 47ª REUNIÃO ANUAL DA SBP E 1º CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA PSICOLOGIA, 10., 2017, São Paulo. Anais... São Paulo, 2017. 1 CD-ROM.
BATITUCCI, J. Da. S. L. Paradigma de equivalência de estímulos no ensino de seqüências de notas musicais. 84f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) Universidade de Brasília, Brasília, 2007.
BITTENCOURT, S. Naquela mesa. Rio de Janeiro, 1972. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=8YaOWBvx_Ms>. Acesso em 12 maio 2021. CATANIA, A. C. Aprendizagem: comportamento, linguagem e cognição. Porto Alegre: Artmed, 1998. CARNEIRO, P. L.; MEDEIROS, C. A. de. Análise funcional de propagandas de televisão sobre a indústria de cervejas. Universitas: Ciências da Saúde, Brasília, v. 3, n. 2, p. 207-225, jul./dez. 2005. Disponível em: <https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/cienciasaude/article/download/555/375>. Acesso em: 12 maio 2021. DE-FARIAS, A. K. C. R. et al. Laranja Mecânica: Uma análise behaviorista radical. In: DE-FARIAS, A. K. C. R.; RIBEIRO, M. R. (Org.). Skinner vai ao cinema (Volume 1), 2a ed. Brasília: Instituto Walden4, p. 24-44, 2014.
DE SOUZA, D. G., et al. Teaching Generative Reading Via Recombination of Minimal Textual Units: A Legacy of Verbal Behavior to Children in Brazil. Revista Internacional de Psicología y Terapia Psicológica, v. 9, n 1. p. 19-44, 2009.
DITTRICH, A. Sobrevivência ou colapso? B. F. Skinner, J. M. Diamond e o destino das culturas. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, v. 21, n. 2, p. 252-260, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722008000200010&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 08 maio 2021.
____________ - Para que serve a música? Funções comportamentais de estímulos musicais (para ouvintes). Comportamento em Foco. São Paulo, SP Associação Brasileira de Psicologia e edicina Comportamental - ABPMC, v. 12, p 57-77, 2020.
DITTRICH, A. et al. Agências de controle. In: MOREIRA, M. B. (Org.) Comportamento e Práticas Culturais. Brasília: Instituto Walden4, p. 197-167, 2013.
DU, W.; GREEN, L.; &MYERSON, J. Cross-cultural comparisons of discounting delayed and probabilistic rewards. The Psychological Record, v.52, p. 479–492, 2002.
GLENN, S. S. Contingencies and metacontingencies: Toward a synthesis of behavior analysis and cultural materialism. The Behavior Analyst. 11, p. 161-179, 1988.
____________ Individual behavior, culture, and social change. The Behavior Analyst, v. 27, p. 133-151, 2004.
GLENN, S. S.; MALOTT, M. E. Complexity and selection: Implications for organizational change. Behavior and Social Issues, v.13, p. 89-106, 2004.
GLENN, S. S., et al. Toward consistent terminology in a Behaviorist approach to cultural analysis. Behavior and Social Issues, v. 25, p. 11-27, 2016.
HANNA, E. S. Integrando processos simbólicos e desenvolvendo tecnologia de ensino de leitura musical. Relatório técnico de pesquisa aprovado pelo CNPq, 2007. HUBER, E. R. Avaliação do ensino cumulativo de relações entre estímulos musicais sobre a formação de classes, o desempenho recombinativo e o tocar teclado. 72f. Dissertação (Mestrado em Ciências do Comportamento) -Universidade de Brasília, Brasília, 2010.
HURSH, S. R.; SILBERBERG, A. Economic demand and essential value. Psychological Review, v.115, n.1, p. 186-198, 2008.
HURSH, S. R. Economic concepts for the analysis of behavior. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, v. 34, p. 219-238. 1980.
___________. Behavioral economics. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, v. 42, p. 435–452, 1984.
JONES B. A. Social Discounting: Social Distance and Altruistic Choice. 102f. Dissertation (Doctor of Philosophy in Experimental Psychology) - Stony Brook University; New York, 2007.
JONES, B.; RACHLIN, H. Social discounting. Psychologial Science, v. 17, n. 4, p 283-286, 2006. JUSLIN, P. N.; VASTFJALL, D. Emotional responses to music: The need to consider underlying mechanisms. Behavioral and brain sciences, v. 31 n. 5, p. 559, 2008.
KAGEL, J. H.; BATTALIO, R. C.; GREEN, L. Economic choice theory: An experimental analysis of animal behavior. Cambridge: Cambridge University,1995.
KULKARNI, M.; NITHYANAND, S. Social influence and job choice decisions. Employee Relations, v. 35, n.2, p. 139-156, 2012.
LEINIG, C. E. A música e a ciência se encontram. Curitiba: Juruá, 2008.
MALOTT. M. E.; GLENN, S. S. Targets of intervention in cultural and behavioral change. Behavior and Social Issues, 15, p. 31?56, 2006.
MED, B. Teoria da música. Brasília: Musimed, 1996.
MELO, R. M. DE M.; HANNA, E. S. Aprendizagem discriminativa, formação de classes relacionais de estímulos e comportamento conceitual. In: DE-ROSE, J. C.; GIL, M. S. C. DE A.; SOUZA, D. G. (Org.). Comportamento simbólico: bases conceituais e empíricas, Marília: Cultura Acadêmica, p. 193-228, 2004.
MERRIAM, A. P. The Anthropology of Music, Evanston: Northwestern University Press, 1964.
MOORE, J. M. Palavras não são coisas. In: PALMER, D. C. (Org). The analysis of verbal behavior. Kalamazoo. MI: ABA, v. 17, p 143-160, 2000.
MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007.
O’LEARY, C.; BUSH, K. Stimulus equivalence in the tactile modality. The Psychological Record, v. 46, p. 518-589, 1996.
RACHLIN, H.; JONES, B. A. Social discounting and delay discounting. Journal of Behavioral Decision Making, v. 21 n. 1, p. 29-43, 2008.
REIS, L. F. T. Equivalência de estímulos e discriminação de acordes tocados no violão. Trabalho de conclusão de curso (Psicologia)-Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2007.
SAMPAIO, P. H. de F. O Comportamento religioso: análise da religião e da religiosidade sob uma perspectiva behaviorista radical. 101 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) -Setor de Ciências Humanas da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2016.
SIDMAN, M.; TAILBY, W. Conditional discrimination vs. matching to sample: An expansion of the testing paradigm. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, v. 37, p. 5-22, 1982.
SKINNER, B. F. Ciência e Comportamento Humano. São Paulo: Martins Fontes, 1953/2003.
______________. Sobre o Behaviorismo. São Paulo: Cultrix, 1974/2006.
SOUTO NETO, E.; ROUPA NOVA. Tema da Vitória. Rio de Janeiro, 1981. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=qMHehUTWnlA>. Acesso em 12 maio 2021.
TENA, R. O.; VELÁZQUEZ, H. A. Estudio exploratorio de la enseñaza de la lectura de notas musicales a través del modelo de discriminación condicional. Revista Mexicana de Psicología, v. 14, n. 1, p. 13-29, 1997.
TODOROV, J. C. A psicologia como estudo de interações. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 5, p. 325-347, 1986.
______________. A evolução do conceito de operante. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 18, n. 2, p. 123-127, 2002.
TODOROV, J. C.; MOREIRA, M. B. Psicologia, comportamento, processos e interações. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre , v. 22, n. 3, p. 404-412, 2009 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722009000300011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 12 maio 2021.

Downloads

Publicado

2021-09-03

Edição

Seção

Artigos